sábado, 26 de novembro de 2016

Cuba - Parte 1 - Planejamento e Voo até Havana

Por que Cuba?

A vontade de viajar para Cuba é antiga... Desde 2013 quando em Botswana conhecemos um casal de portugueses que nos disseram: "se queres conhecer um lugar diferente de todo o resto do mundo, vá para Cuba... Lá se respira jazz, obras de arte baratas..."

Posteriormente, em uma de nossas viagens, lemos na revista da Gol uma reportagem sobre Cuba, falando que era pra ir rápido antes que o embargo econômico dos Estados Unidos caísse, já que o Obama estava tentando abrir o comércio com eles...

Foi então que vieram as Olimpíadas e a Latam lançou uma promoção dando 20% de desconto em passagens para alguns países da América Latina caso eles ganhassem medalha de ouro. Cuba ganhou ouro no boxe e lá fomos nós!


Planejando a Viagem

Precisa de Visto?

Para visitar Cuba é necessário um cartão de turista (um visto), que embora tenhamos lido em vários lugares que a própria companhia aérea venderia esse cartão no momento do Check In, preferimos ligar para a Latam para confirmar essa informação, e disseram que eles NÃO vendiam esse visto. 

Esse cartão de turista é válido por 30 dias e pode ser obtido no Consulado Cubano em São Paulo. Você pode obter o visto indo pessoalmente ao Consulado (Rua Cardoso de Almeida, 2115, Bairro Sumaré, São Paulo, SP - Cep: 01251-001) ou enviando seu passaporte e documentos relacionados no site pelos Correios. Optamos ir pessoalmente pois ficamos com medo de pedirmos pelos Correios 30 dias antes e não chegar a tempo. Porém descobrimos que os 30 dias começam a valer depois que você entra em Cuba, pois é quando eles carimbam no cartão a data de entrada em Cuba. Então, para quem não é de São Paulo ou proximidades, pode pedir o visto tranquilamente com bastante antecedência pelos Correios que não tem problema nenhum.

Fato curioso pós viagem: apesar de termos lido que os agentes de imigração de Cuba não carimbavam o passaporte, somente esse cartão de turista (que nem é colado no passaporte), eles carimbam sim, porém na última página. Se por exemplo você tem uns carimbos nas primeiras páginas, eles vão "pular" as próximas páginas e carimbar na última (talvez para não dar problemas para quem vai para os EUA??? vai entender! RS).

Precisa de Seguro Médico?

Oficialmente sim, desde 1o. de Maio de 2010.  Achamos uma relação de seguros aceitos por Cuba através do google, mas não quisemos arriscar. Conforme havíamos lido em relatos, há a possibilidade de se adquirir o seguro do governo cubano ao desembarcar (o que ocorreu de fato, pois no quiosque da Cubatur antes mesmo da imigração, há a possibilidade de se adquirir o seguro - compramos em Euro, já que a pessoa fez o câmbio na hora). Apesar de ser mais barato que as companhias convencionais, não cobre tudo o que essas companhias costumeiramente cobrem (como extravio de bagagens e outros itens que você pode julgar importante).
O QUE ACONTECEU DE FATO: Ninguém, em momento algum, nos pediu qualquer comprovante de ter adquirido o seguro médico, PORÉM pode ser um risco não adquirir, já que tudo na ilha é bem caro para turistas!

Como fazer um roteiro?

Passada essa primeira etapa, fomos montar o nosso roteiro... O guia do Lonely Planet ajuda muito nisso... inclusive ele tem alguns resumos da história de Cuba e, baseado nisso, escolhemos fazer uma "Rota da Revolução", percorrendo os luares onde ocorreram os principais acontecimentos da Revolução Cubana finalizada em 1959. Para facilitar, fizemos um pequeno (muuuuito pequeno) resumo histórico cronológico da Revolução Cubana:

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1953: Assalto ao Quarte Moncada onde foram derrotados e Fidel e os demais sobreviventes condenados (Fidel a 15 anos de prisão).
Local: Santiago de Cuba

1954: Fidel foi libertado como um "ato" de reconciliação de Fulgêncio Batista, e foi viver no México. Conheceu Che Guevara lá e volta para Cuba, com um exército rebelde (82 homens - conhecidos como M26 - Movimento 26/07 - data do ataque ao Quartel Moncada) em uma embarcação chamada Granma.

1956: Barco Granma chega à ilha, é dizimado pelo exército de Batista, sobrando poucos dos 82 homens que desembarcaram (que se espalham na fuga). Os soldados de Batista acham que já mataram todos e diminuem as buscas. Um camponês abriga Fidel que depois se encontra com Raul e seu grupo e finalmente com Chê e seu pessoal, totalizando 15 homens.
Local: Praia Las Coloradas

1958: Após 1 ano e meio do desembarque, o exército rebelde estabelece sua base na Sierra Maestra, a "Comandacia de la Plata" (graças ao rio La Plata que corta a serra). Ficam lá 6 meses de onde planejam os atos posteriores da revolução.
Local: Sierra Maestra

Ainda em 1958 Che descarrilha um trem blindado do exército de Batista, repleto de armamentos, utilizando um trator e um coquetel Molotov. O exército rebelde se apodera dos armamentos.

1959: Che e Camilo Cienfuegos ocupam Havana assumindo o poder e Batista foge do país.
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Optamos então por fazer o seguinte roteiro:
(Clique na Imagem para Abrir a Planilha com o Planejamento/Realizado)

Dessa forma conheceríamos os pontos altos da revolução e no final teríamos 2 dias de praia para descansar.

O voo doméstico que fizemos, entre Havana e Santiago de Cuba compramos através do site Cuba Travel Network (Atualização: o site que cotamos era com final .com, mas não está mais disponível) e funcionou perfeitamente.

Reservamos muitas hospedagens pelo site do Airbnb. Funciona muito bem e os preços não mudam muito (em relação à hospedagem que conseguimos direto sem uso do Airbnb). Pelo site sai um pouco mais caro pela taxa que o Airbnb cobra (US$ 3,00 por reserva), mas ainda assim é bom porque você pode pagar em cartão e não precisa levar o dinheiro em espécie... Ah, o preço por dia é por quarto, e não por pessoa! Alguns lugares aceitam até 3 pessoas em um mesmo quarto. Converse com o proprietário do imóvel, tirando suas dúvidas, antes de reservar! Eles podem demorar um pouco para responder pelo Airbnb, mas respondem sempre!

Bom, para quem quiser ter uma ideia sobre o que fizemos e quanto gastamos, vejam nesse link aqui uma planilha Excel com o que fizemos (aba Nosso Roteiro) já com os valores atualizados, bem como outras abas com dicas que coletamos antes de viajar (hospedagens, transporte, roteiro do Lonely Planet).

Guias, Apps e Cursos de Idiomas que podem ajudar durante a viagem:

Como a internet em toda Cuba é algo bem restrito e caro, você não pode se dar ao luxo de deixar para "Googlear" sobre alguma coisa durante a viagem, seja um passeio, um ponto turístico ou mesmo a localização de alguma coisa. Dessa forma nos preparamos com os seguintes itens:

 - Guia Lonely Planet em Português - Brasil: editado em 2012 pela Editora Globo, sendo uma tradução da verão de 2011, só é encontrado em sebos. Compramos pela internet um exemplar (bem usado, com anotações mas com todas as páginas) por R$ 65,00 e mais R$ 10,00 de frete no site estantevirtual.com.br (é bom ter um guia impresso).

 - Guia Lonely Planet mais recente possível: obviamente em inglês, achamos uma versão em pdf que pode ser adquirida no próprio site do guia. A vantagem é que em Cuba tudo é muito "volátil". Dias que uma visitação está aberta ou mesmo se ela ainda existe, mudam constantemente. Só o preço em CUCs que parece não alterar tanto (o formato digital, além de ser mais barato, pode ser usado no seu celular durante a viagem).

 - Apps de mapa off-line: Usamos o Maps Me, que foi fantástico. É um mapa muito bom, traça rotas (inclusive a pé) e possui como base o OpenStreetMaps, que é sempre bem atualizado. Para baixar, procure no Apple Store ou Google Play, ou navegue pelo site deles aqui. Antes de viajar você vai precisar localizar Cuba no mapa global e dar zoom até aparecer a opção de baixar o mapa!!!

 - App para mapas do OpenStreetMaps: ainda que já tivéssemos baixado um app de mapa offline, gostamos muito de ter o mapa direto do OSM. Baixamos o mapa mais recente daqui. E usamos o app OruxMaps para navegação.

 - Guia Off Line de Cuba: além dos guias LP, também baixamos o app Cuba Travel Guide by Triposo, que tinha muita informação, inclusive onde ficavam as CADECAs, mas que alguns pontos turísticos estavam mapeados de forma errada. (Atualização: o site era o triposo.com mas aparentemente se encontra offline agora)

 - Dicionário Português - Espanhol Offline: vale a pena andar com um. Pode até ser um tradutor simultâneo, apesar das rotinas entre espanhol e português não serem tão boas como Inglês x Espanhol. Nós levamos um dicionário para Android da Alldict (link Play Store aqui).

 - Curso de Idiomas: apesar do Espanhol ser muito parecido com o Português, contar somente com o Portunhol pode ser arriscado, ou mesmo perigoso. Para aumentar nosso vocabulário, de forma rápida e "divertida" usamos os seguintes canais do youtube: Tio Spanish (parece brincadeira mas ajuda bastante) e Tu Escuela de Español (esse bastante ilustrativo).

Como funciona o dinheiro lá?

Lá em Cuba (em 2016) não havia estabelecimentos como restaurantes, lojas, agências de turismo e bares que aceitassem cartão de crédito. Somente alguns hotéis dos Cayos, mas mesmo nesses não poderia ser catão de bancos Americanos, como American Express. Haviam bancos com Caixas Eletrônicos que indicavam a possibilidade de saques através de cartões VISA, mas não chegamos a utilizar. Dessa forma dinheiro em espécie para toda viagem foi a forma que escolhemos para pagar as despesas. Os turistas devem trocar suas moedas em Casas de Câmbio (CADECAs) pela moeda turística local de Cuba - o peso conversível ou CUC. Ainda existe uma moeda local dos cubanos que é o Peso Cubano, na proporção 1 CUC = 25 Pesos Cubanos (CUP). Os pesos cubanos são úteis para despesas em restaurantes estatais e podem ser trocados em CADECAs ou qualquer banco (em bancos somente CUCs para Peso Cubano, nem todos fazem Câmbio de moeda estrangeira).
Fomos comprando euros ao longo de 2016 conforme a cotação era favorável, já que o dólar possui uma sobretaxa ao fazer o Câmbio para Peso Conversível em 10%.

Ao chegar no aeroporto de Havana José Marti, há uma tenda da Cubatur antes mesmo do processo de imigração onde você consegue fazer já câmbio para CUC, o qual você vai já utilizar para pagar um taxi para seu primeiro destino...

Tentamos fechar o passeio de 1 dia para Cayo Largo (ida e volta no mesmo dia) do Brasil mesmo, de tudo quanto é jeito, mas não conseguimos... notamos que as empresas de turismo de lá são péssimas em retornar e-mails, mensagens de facebook (sem respostas ou com atraso de vários dias). Então deixamos para fechar depois que chegássemos lá.

O Que Não Pode Faltar na Mala?

Além claro de passaporte e dinheiro, todos os comprovantes de hospedagem, passagem e passeios IMPRESSOS PREVIAMENTE, listamos aqui algumas coisas que podem ajudar:

 - Guarda dinheiro/documentos: é bom contar com aquelas bolsas com elásticos que você coloca por dentro da calça, ou mesmo no pescoço mas de baixo da camisa. Apesar de parecer um lugar tranquilo, há sim furtos, batedores de carteira e toda sorte de marginais, que, pelo que notamos, em bem menor número.

 - Guarda Chuvas: é engraçado, mas dependendo do período que você viaje para a ilha, pode chover bastante e, se você estiver com o dia para passeios a pé, o guarda-chuvas vem a calhar!

 - Repelente: usamos somente em alguns casos específicos, já que pela noite andávamos mais de calças e a quantidade de pernilongos nas cidades grandes é pequena. Se você for para locais mais isolados, há maior incidência (igual ao Brasil).

 - Papel Higiênico: lemos em vários relatos que é bom levar o seu, já que a qualidade do papel de lá é muito ruim (quando havia). O que aconteceu de fato é que nas casas particulares há sim papel. Não é nenhum Neve, mas não é tão ruim. Em compensação em qualquer lugar público (museus, rodoviárias, restaurantes, bares) NÃO HÁ PAPEL. Assim é bom você andar sempre com um pouco nos bolsos ou na mochila quando estiver passeando. Em alguns lugares não há nem água para descarga ou lavar as mãos. Pegamos alguns lenços umedecidos do avião e notamos que faltou termos levado vários lenços higiênicos para essa viagem. Mas no final estávamos comendo com a mão suja mesmo, já que se fôssemos nos preocupar, ficaríamos loucos, rs...

 - Remédios: seguindo o mesmo conselho que obtivemos antes da viagem para a África, levamos um antibiótico de ampla espectro (para casos graves), floratil (para quem tem a flora intestinal mais delicada é bom levar em quantidade suficiente para tomar 1 a 2 por dia) o qual foi usado bastante! Antitérmico, Analgésico, Band-Aid e qualquer outra coisa que você esteja acostumado a utilizar, já que lá você dificilmente vai conseguir comprar algo equivalente...

 - Protetor Solar: em especial se você viajar no verão de Cuba. A temperatura é bem parecida com o sudeste brasileiro, mas se você for para as praias, há mais incidência solar. Usamos mesmo nos dias de passeio pelas cidades.

 - Adaptador de Tomada: o padrão mais comum na ilha é o americano (dos pinos achatados), mas nas casas particulares havia tomadas que lembravam nosso padrão antigo, que aceitava pinos achatados e arredondados. De qualquer forma, nosso novo padrão com três pinos ou 20A com certeza não vai funcionar lá. Leve adaptadores.

 - Lanches: vale muito a pena levar biscoitos recheados e salgados. Itens para você comer em passeios a pé, ou mesmo se não quiser fazer algumas das refeições em restaurantes do local (seja pelo preço ou pela qualidade da comida). Lá você não tem acesso a nada disso. Vimos somente no aeroporto e no passeio de Viñales a venda de biscoitos importados (tinha até Passatempo e Bono do Brasil rs).

 - Produtos de Higiene Pessoal: sim, sabonete, xampu e qualquer coisa adicional. Lá há somente o que o estado oferece. Algumas casas particulares davam um sabonete desses, não era tão ruim, mas também não era tão bom, rs..

 - Presentinhos: esse aqui é para você poder presentear o pessoal das casas particulares ou qualquer um que você sinta vontade. Nós levamos perfuminhos e bijouterias que entregamos para duas donas das casas particulares. Esse pessoal merecia mesmo... O tratamento e toda ajuda que nos deram foi impressionante.


Procuramos Relatar Fatos, Sem Inclinações Políticas!

Acreditamos que todos que lerem o nosso relato da viagem estarão em busca de uma opinião nossa à respeito de Cuba, se é melhor que o Brasil ou não, se preferimos lá ou aqui, etc... todavia não faremos isso, até porque isso é muito pessoal e uma outra pessoa passando pelas mesmas experiências que passamos lá poderia ter um ponto de vista completamente oposto do nosso... Nossa proposta é relatar todas as nossas experiências da forma mais imparcial possível, mostrando muitas fotos, para que possam ver o que os nossos olhos viram e ler um pouco do que ouvimos, para que possam tirar suas próprias conclusões e decidir se querem visitar o país ou não.... se gostaram do que viram ou não.

Uma coisa precisamos especificar: fizemos uma viagem completamente diferente da maioria dos turistas, conhecemos muitos pontos da Ilha, de leste a oeste e não ficamos apenas em lugares turísticos... fomos em restaurantes que os cubanos vão, usamos o transporte que eles usam, ficamos em casas de cubanos, não em hotéis, conversamos com muitas pessoas, enfim... vivenciamos a realidade de vida deles. Mas podemos assegurar que é um lugar único, diferente de todo o restante do mundo e que 12 dias é muito pouco para entender Cuba... Fizemos um roteiro nada turístico e percebemos que Havana é para "inglês ver", os cubanos não vivem da forma como os guias pregam e as outras cidades são bem diferentes de Havana...

Bem, leia o nosso blog, embarque nessa viagem conosco e vivencie Cuba!

Iniciando a Viagem

Estacionamos nosso carro no EnzoPark (Atualização: estacionamento fechou). Era o mais barato e como tínhamos tempo, dava para arriscar. Mas o serviço foi bom, assim que deixamos o carro, uma van já nos levou para o aeroporto, que é um pouco longinho dali, uns 15 minutos. Parece que eles só tem uma van, então é bom ir com tempo mesmo porque se a van não estiver lá, vai ter que esperar ela voltar.

O voo para Lima foi tranquilo, bom avião e bom serviço de bordo, com monitores individuais para cada poltrona e bom entretenimento de bordo.

A nossa conexão em Lima era de quase 10 horas e quando compramos achamos que poderíamos sair e ir para algum barzinho na cidade e depois voltar... Mas depois descobrimos que se você fizer isso terá que pagar uma taxa de US$ 30,74 (vide site do aeroporto aqui) já que você perde seu "status" de passageiro em trânsito. Decidimos então tomar uma no aeroporto mesmo... Não sei se saiu mais caro ou mais barato... rs... Ô lugarzinho caro esse aeroporto de Lima! Pedimos uma porção de pastel, duas cervejas e um drink Pisco Soul, nos custou quase 100 dólares. Uma água 500ml custa 3 dólares.

Depois fomos dormir nos bancos do aeroporto, usando o travesseiro e o cobertor da Latam do primeiro voo, que a Cris pediu "emprestado" para devolver no próximo voo, kkk.

Até que estava tranquilo dormir lá... Tem umas cadeiras de 4 lugares, sem divisões entre elas que dá para dormir bem... (se $$$ não é seu problema há um hotel colado no aeroporto, com diárias na faixa de US$ 170,00, mas lembre-se que deve acrescentar a taxa de ~30 dólares citado anteriormente por sair da área de embarque). O problema foi quando chegou uma equipe de "Danças Folclóricas" do Rio Grande do Sul que fez questão de ocupar todos os assentos ao nosso redor (o aeroporto estava vazio) e com toda educação do mundo ficavam "berrando" ao invés de conversar, até que nos acordassem... decidimos procurar outro lugar para continuar nosso descanso.

A "diferença" de Cuba você já percebe desde a aeronave, que não tinha televisor individual, era uma aeronave menor e o lanche era bem inferior (para o mesmo tempo de voo).

 



Link de cada Parte da Viagem:



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