segunda-feira, 11 de março de 2013

Continente Africano - preparando a viagem

FEBRE AMARELA

Antes de ir para a maioria dos países do continente africano, é necessário se emitir um Certificado Internacional de Vacinação ou Profilaxia (CIVP), que basicamente consiste em um certificado internacional de que você foi vacinado contra febre amarela.
A vacina da febre amarela é valida por 10 anos. Caso nunca tenha tomado a sua, basta ir a qualquer posto de saúde do SUS, com sua carteirinha de vacinação (se você não tiver uma, eles fazem na hora pra você), informar que irá viajar para uma região de risco e pedir para a pessoa que lhe aplicar a vacina anotar todos os dados certinhos, lote, etc.... Se já tiver tomado e estiver dentro da validade, basta seguir os próximos passos.
Feito isso, vc deve ir acessar o link http://www.anvisa.gov.br/sispafra_web/index.asp?Cadastro=Cadastro e fazer um pré-cadastro para ser atendido.
Após o cadastro na internet, você precisa ir em um CENTROS DE ORIENTAÇÃO PARA A SAÚDE DO VIAJANTE, com a sua carteirinha de vacinação em mãos e um documento, para fazer o seu CIVP. A lista com todos os centros e horário de funcionamento de cada um pode ser acessada em: http://portal.anvisa.gov.br/wps/wcm/connect/eed303804a1aa7edaad8abaa19e2217c/Centros_de_Orientacao_de_Viajantes.pdf?MOD=AJPERES
O CIVP é feito na hora. Quarde-o junto ao seu passaporte pois ele é obrigatório para ir para as regiões de risco.

MALÁRIA

Na maior parte dos países africanos também há muito risco de ser picado pelo mosquito que transmite a malária. A malária por sua vez, não tem vacina. Lemos vários artigos na internet mandando procurar um infectologista antes de ir para a região de risco. Seguimos à risca, marcamos as consultas e fomos. Quando chegamos no médico, ele não ajudou em nada, disse o medicamento que previne a malária não pode ser vendido no Brasil e que era controlado pelo governo.
O médico infectologista, que pagamos particular, nos indicou para o centro de saúde do viajante no hospital Emílio Ribas (público), situado na Av. Dr. Arnaldo,165- Cerqueira César –São Paulo-SP. É necessário marcar consulta com antecedência (conseguimos vaga para 15 dias depois) através do telefone  (11) 3896-1200. Vimos que só existe esses centros de apoio ao viajante no Rio e em São Paulo, então o que pudermos ajudar por aqui para quem não é desses lugares, lá vai.
A consulta no Emílio Ribas foi ótima. Eles deram todas as vacinas que não tínhamos, lá mesmo, tudo de graça pelo SUS. Tomamos Hepatite B, Dupla Adulto e Tétano, pois eram as que faltavam. Nos indicaram também tomar numa clínica particular a vacina de Febre Tifóide e de Hepatite A. Tomamos as nossas numa clínica em Campinas. Eles não pedem receita médica para tomar estas vacinas, apenas o seu cartão de vacinação (do SUS mesmo). Contato da clínica: http://www.previnavacinas.com.br/default.aspx. As duas vacinas ficaram em  R$ 185,00 por pessoa.
Na consulta do Emílio Ribas, nos deram uma série de recomendações, como: não comer alimentos crus, passar o repelente o tempo todo no corpo e na roupa (indicaram o Exposis), usar calça comprida e camiseta de manga comprida, etc... Além disso, nos receitaram uma série de remédios pra comprarmos e levarmos... Caso aconteça algum problema, tomar a medicação indicada. Veja a relação scaneada:




Recomendaram muito o soro de rehidratação em pó, que é vendido em farmácias (caso dê uma diarréia mais simples).
Também nos receitaram ciprofloxaxina caso dê diarréia com hemorragia e muco. Este medicamento precisa de receita carbonada.
Quanto à malaria em si, disseram que no Brasil o medicamento utilizado para prevenção é a Doxiciclina, que tem vários efeitos colaterais (se tomar, recomendaram usar omeprazol junto). Disseram que na África do Sul em Joanesburgo tem uma farmácia no próprio aeroporto que vende um remédio que é bem melhor que o do Brasil, sem muitos efeitos colaterais. Porém, precisa ser tomado 2 dias antes de entrar na região de risco. Como ficaremos 2 dias em Joanesburgo capital antes de ir para a região de risco, eles nos recomendaram tomar o remédio vendido lá, e nos deram a receita já em inglês para comprarmos lá. Lá o medicamento é chamado Malanil.

Em último caso, descobrimos que no aeroporto de Joanesburgo (África do Sul) tem uma clínica que fornece os medicamentos para malária (consulta paga).

HEPATITE A

O infectologista que fomos, nos pediu exame de sangue para fazer a sorologia de hepatite A, e então tomar a vacina. Não lemos em nenhum lugar a respeito de risco de contágio de Hepatite A na áfrica, mas ele nos disse que é muito fácil de pegar por alimentos. Então fizemos o exame de sangue e quando fomos no Emílio Ribas já levamos o resultado.

REPELENTES

Também pesquisamos sobre os repelente e descobrimos que o princípio ativo que repele os mosquitos (DEET, ou dietiltoluamida) deve estar entre 25 e 30%. No Brasil não é obrigado a colocar no rótulo a concentração. Dos mais comuns (Repelex e Off), o Repelex tem pouco mais de 11% de DEET e o Off pouco mais de 7%, ou seja, o Repelex é melhor.
Quanto ao que foi recomendado no Emílio Ribas, o Exposis, os médicos disseram que é o melhor vendido no Brasil. O princípio ativo dele não é o DEET, é Icaridina, com concentração de 25%. Compramos dele, mas ele custa em torno de 4 vezes o valor do Repelex e só é encontrado em farmácias maiores. Encontramos o nosso na +SP - Drogaria São Paulo.
A moça da áfrica, com quem fechamos os passeios de safari nos recomendou usar calça comprida e camisa de manga longa para evitar as picadas, todos de cor clara (mas não branca, pois reflete e espanta os animais). Compramos tudo em algodão, tipo Hering.

QUESTÕES FINANCEIRAS:

Fizemos um cartão na loja Confidence Cambio, em rands. A vantagem deste cartão é que o custo para fazê-lo é de 12 reais e o IOF sobre o dinheiro gasto fora do país é de 0,6%, enquanto que no cartão de crédito normal é mais de 6%. Outra vantagem é que você paga a taxa de conversão do dia em que fizer o cartão, enquanto que no cartão de crédito normal vai depender da cotação da moeda no dia.... O cartão é feito na hora e a recarga também. Se vc não quiser andar com uma grande quantia em dinheiro, vc pode fazer um TED para uma conta deles com o valor que vc quer converter no cartão. Apenas ligue antes para saber a cotação do dia.
Ah, uma coisa muito útil é que se a recarga que vc fez no visa travel não for suficiente pra viagem e o dinheiro acabar, você pode fazer uma recarga no seu cartão mesmo de fora do país. Basta entrar pela internet no seu banco normalmente como se estivesse no Brasil e transferir o dinheiro para a conta deles. Em 24h cai no sua cartão.
Outra coisa útil, é que pelo site deles vc pode consultar o extrato de gastos do cartão e acompanhar o saldo restante.
Pode ser feito dois cartões (um titular e um adicional) utilizando o mesmo saldo. 
Também levamos rands em espécie e dólar em espécie. Importante: na Confidence Cambio eles têm o dólar disponível a qualquer momento, já o rands não. Você precisa fazer o pedido e então o dinheiro chega na loja após 3 dias úteis. Mas vc só paga quando for retirar os rands. Portanto, programe-se para fazer isto com antecedência.

Contato Confidence Cambio: http://www.confidencecambio.com.br/servicos_call.php

Bem, de recomendações acho que é isso... Espero ter ajudado quem não tem como ir em um Centro do viajante. Em breve publicaremos as dicas da viagem.

FEEDBACK APÓS A VIAGEM:

1) Nos lugares que fomos (joanesburgo, Kruger park, chobe park, victoria falls) não tivemos nenhum problema quanto à mosquitos. O repelente funcionou bem e na verdade só usamos no primeiro dia, depois nem usamos mais porque nem tinha mosquitos...
2) No final das contas, esquecemos a receita do remédio de malária em casa e tivemos que comprar na farmácia do aeroporto de Joanesburgo. A atendente perguntou se tínhamos receita, falamos que tínhamos mas esquecemos no Brasil e ela vendeu sem problemas (mas acredito que ela cobrou mais caro por não termos receita, pois quando perguntamos o preço, ela perguntou se tínhamos receita, daí falamos que não e ela soltou um: "vai ficar caro". Realmente ficou. Cada comprimido (para uma pessoa, para um dia) ficou em $5 (cinco dólares). Lembrando que precisa tomar um por dia, 2 dias antes de entrar na área de risco, todo o tempo na área de risco, e 7 dias após deixar a área de risco.
3) Não usamos nenhum dos remédios. A comida lá é muito americanizada... Hamburguer em todo lugar e fritas com peixe frito, o famoso Fish and Chips. Mas conseguimos comprar todos os remédios na farmácia (com exceção do antibiótico com receita carbonada), com a possibilidade de se não usarmos trocar por cosméticos depois... Assim fizemos!
4) O visa travel foi excelente, era aceito em todos os lugares, com máquinas já adaptadas para senha, foi excelente. Dica: não deixe de levar Rands e dólar em espécie. Preferencialmente ande com os rands sempre trocado. Os taxistas na África do Sul são somente em dinheiro e quase nunca tem troco. No Zimbábue a moeda utilizada é o dolar americano. Poucos lugares aceitam rands e na troca você sai perdendo dinheiro (eles convertem 1 dolar pra 10 rands). Levando o rands do Brasil sai aproximadamente 1 dolar por 9 rands.
5) Utilizamos sempre o cartão adicional e deixávamos o titular no cofre do hotel, pois se perder o adicional eles conseguem cancelar só o adicional e o outro continuar valendo normal, agora se perder o titular, aí tem que cancelar os dois.


Roteiro Completo:

 - Parte 1: Planejamento da Viagem

 - Parte 2: África do Sul - Gauteng e Joanesburgo

 - Parte 3: África do Sul - Mpumalanga e Kruger Park


 - Parte 4: Zimbábue - Matabeleland - Victoria Falls

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